A pandemia do covid-19 alterou o comportamento e tendências da sociedade repentinamente. Algumas dessas mudanças estão ligadas aos hábitos de consumo, principalmente no país com o maior sistema econômico, os Estados Unidos.
De acordo com Jason Goldberg, consultor de varejo e diretor da Publicis, a crise sanitária acelerou o crescimento geral do e-commerce e varejo norte-americanos em pelo menos 5 anos. Atualmente, mais de 50% das vendas de produtos eletrônicos no país é feita por meio de lojas online e marketplaces.
Os números apontam para uma mudança de hábitos permanente, que precisa ser observada por empresários no mundo todo. Acompanhe a seguir o cenário de vendas pela internet em 2020 e 2021 e veja como aproveitar para expandir o negócio.
O crescimento do e-commerce norte-americano
Não é só o setor de eletrônicos que se beneficiou com a mudança de hábitos dos consumidores dos EUA. Até o surgimento do novo coronavírus e suas variantes, o consumo de alimentos via comércio eletrônico representava cerca de 3% das vendas no território. O número atualmente se aproxima dos 10%.
O mesmo não vale para o setor de vestuário, infelizmente. As vendas do segmento permanecem em queda, já que o consumo de roupas e calçados permanece em queda. Se na década de 90% desse tipo de compra representava 8% dos gastos mensais dos consumidores, hoje, está na casa dos 4%, conforme afirma o consultor entrevistado.
A estimativa é que mais de 50% das lojas de departamentos localizadas em shoppings fechem até o final de 2021, levando ao encerramento de cerca de 20% desses centros comerciais no país.
Cabe lembrar que o número de shoppings nos Estados Unidos é bem superior à realidade brasileira. Ainda não se sabe se tais previsões foram superestimadas, já que o governo americano planeja injetar 1,9 trilhão na economia.
De acordo com Goldberg, a transição repentina para o consumo online ainda não significa a queda do varejo físico, já que muitas etapas de processo de compra ainda ocorrem presencialmente.
Os números e as perspectivas para o Brasil
O comércio eletrônico nacional manteve a perspectiva de expansão de 2020. Em fevereiro de 2021, o volume de vendas pela internet foi 52,95% maior em relação ao mesmo período do ano anterior. Os dados são do índice MCC-ENET. O mecanismo foi desenvolvido pela Neotrust, em parceria com o Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital (camara-e.net).
Os últimos patamares de venda online apontam que a transformação no perfil do consumidor também pode ser permanente por aqui. Além da necessidade de comprar sem sair de casa e manter o distanciamento social, o avanço nos protocolos de segurança na internet — como a implementação da LGPD — também influenciou a mudança.
As vendas online representaram 11% do comércio varejista restrito, sem incluir veículos, peças e materiais de construção. Outra métrica do MCC-ENET aponta que, apenas no último trimestre de 2020, 18,4% dos internautas brasileiros realizaram ao menos uma compra online.
A perspectiva é que o volume de vendas pela internet continue em franco crescimento, ainda que a recuperação econômica ocorra mais lentamente do que na crise de 2008. Esse cenário, aliado aos indicativos de redução do varejo físico, podem indicar o e-commerce como o caminho mais viável para crescimento ou sobrevivência de muitos negócios brasileiros.
Como vender mais pela internet nos próximos anos
Quer vender online, acompanhar os novos hábitos e aproveitar o crescimento nos e-commerces? Confira alguns pontos para ficar atento:
A concorrência será maior
Assim como você, outros empresários partirão em busca dessa fatia. Construa uma presença de marca no digital e busque um diferencial competitivo.
Como o marketing digital e a publicidade online são as grandes impulsionadoras do e-commerce, aproveite para estudar essas estratégias e fazer uma reserva orçamentária para o setor.
A experiência do consumidor é prioridade
A pandemia evidenciou o anseio do consumidor por segurança e agilidade, de tal modo que este passou a fazer e comprar tudo que fosse possível pela internet. Rotinas que até então só tinham relevância no cenário físico — como compras de supermercado — foram transferidas para o digital sem grandes complicações.
Aproveite para oferecer uma boa experiência de compra em sua loja online, ou oferecer um atendimento rápido nos marketplaces. Investir na digitalização de rotinas internas também torna a empresa mais enxuta e facilita o foco no consumidor.
O crescimento nas vendas pela internet indicam uma forte mudança no comportamento dos consumidores brasileiros e norte-americanos. Ainda que sua empresa seja de pequeno porte, ou sequer tenha saído do plano de negócio, acompanhar o cenário online é possivelmente a melhor estratégia para o futuro.
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